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sábado, 21 de julho de 2012

"Amigos Loucos e Santos"


Escolho meus amigos não pela pele ou
outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador
e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito 
nem os maus de hábitos... Fico com aqueles
que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias, e aguentem o
que há de pior em mim... Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das
diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e
pela cara exposta... Não quero só o ombro e
o colo,quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim:
metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da
realidade sua fonte de aprendizagem, mas
lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento
no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios,
crianças e velhos,nunca me esquecerei de que:
"normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.